Missão Impossível pode ser considerada a versão norte-americana da franquia James Bond. Ambas as séries envolvem uma agência de espionagem que conta com profissionais de habilidades quase sobre-humanas e que usam uns gadgets tecnológicos bem estilosos e enfrentam vilões sinistros com muito tiro, porrada e bomba. Além disso, são duas franquias de grande longevidade.
Enquanto James Bond existe desde 1953, criado pelo escritor Ian Fleming, e já contou com mais de vinte filmes, Missão Impossível começou como uma série entre 1966 e 1973, que teve um remake entre 1988 e 1990, mas se tornou um blockbuster a partir do filme de 1996, dirigido por Brian De Palma e protagonizado pelo astro Tom Cruise.
Apesar de ser conhecido como galã de filmes de romance ou ação, Tom Cruise na verdade é um ator bem versátil e já fez de tudo em sua carreira cinematográfica, como o dramático filme de guerra Nascido em Quatro de Julho (1989), o fantástico e sombrio Entrevista com o Vampiro (1994), o misterioso De Olhos Bem Fechados (1999), o thriller sci-fi Vanilla Sky (2001), etc, etc.
Sem dúvidas, porém, ele se tornou especialista em ação. Foi a ação de Top Gun que literalmente alçou sua carreira aos céus (1986) e depois veio Missão Impossível, quando ficou provado que Tom Cruise e essa franquia foram feitos um para o outro.
É curioso que ele não se encaixa no perfil de brucutu que foi o grande mainstream dos filmes de ação dos anos 80-90, com Stallone, Schwarza e Van Damme. Tom Cruise consagrou um perfil diferente: o galã "magrinho" (em forma, de fato, mas não um armário de músculos como os outros) bom de briga, inteligente, cheio de habilidades e que corre como ninguém. O pesado e sólido Terminator nunca conseguiria correr atrás do Tom Cruise.
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A icônica cena do rapel. |
Diferente de James Bond, que é um espião solo e geralmente a única estrela do show, Missão Impossível envolve sempre uma equipe e todos os filmes têm seguido o modelo de heist movie: temos uma equipe de especialistas, alguns mais voltados à inteligência e trabalho de hacker e outros mais na linha de frente, praticando invasões em instalações secretas, entrando disfarçados em festas e mansões e trocando socos e tiros com seguranças, capangas, mafiosos, militares, etc.
É aí que entra o Tom Cruise. Amparado por sua equipe de especialistas, ele é o cara aventureiro que vai para o olho do furacão, para o centro do perigo, fazendo proezas quase sobre-humanas, escalando edifícios, prendendo o fôlego por tempos absurdos embaixo d'água, correndo no teto de trens em movimento, participando de perseguições de carro, moto, helicóptero, tudo com muitas batidas e explosões. Ufa!
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Assim como James Bond, esta franquia sempre conta com belas atrizes. |
Como um Jackie Chan ocidental, Tom Cruise ficou conhecido por participar de boa parte das cenas de ação quase sem dublê, o que sem dúvidas acrescenta um charme a mais aos seus filmes. Quando você vê o Ethan Hunt saltando de rapel ou agarrado na porta de um avião em movimento, você sabe que foi o próprio Tom Cruise que fez a cena e não um dublê. Ele gosta disso.
O primeiro filme de 1996 apresentou uma cena memorável que ao longo dos anos foi parodiada ou homenageada várias vezes no cinema e TV: Ethan Hunt desce de rapel dentro de um cofre superprotegido para roubar os dados de um computador. Uma simples gota de suor pode acionar o alarme e a cena é feita com um envolvente clima de tensão. Foi realmente inesquecível.
No segundo filme (2000) quem chama atenção mesmo é a Thandie Newton, com seu rostinho impecável de boneca, embelezou o filme como par romântico do Ethan.
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Este trio vai permanecer inseparável por décadas ao longo de toda a franquia. |
No terceiro filme (2006) Tom Cruise faz o que sabe fazer de melhor: correr. O diretor John Woo não poupou pirotecnia, com os carros explodindo no cenário enquanto o herói corre como se não houvesse amanhã.
No quarto filme (2011), temos uma acrofóbica cena do nosso herói escalando os vidros de um arranha-céu e no quinto filme (2015) ele vai mais longe e escala um avião em movimento. E não foi dublê não!
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Rebecca Ferguson vestida para matar. |
Quem assumiu a direção no quinto filme foi Christopher McQuarrie e ele veio pra ficar, pois desde então não saiu mais e ainda seguiu em sua parceria com o Tom Cruise em outros longas, como A Múmia (2017) e Top Gun: Maverick (2022).
O sexto filme (2016), desde o trailer, marcou nossa memória com a já famosa cena da luta de banheiro com o Henry Cavill, quando o ator, conhecido como Superman e The Witcher, carrega os braços para sair na porrada. Ele trouxe sangue novo para a franquia do agora idoso, mas extremamente enxuto e em forma Tom Cruise.
No sétimo filme (2023) é abordado um tema bastante atual: o risco da inteligência artificial desenvolver algum tipo de vontade própria e causar o caos na civilização. Esta IA é capaz de tudo, sendo uma força onipresente que pode hackear qualquer sistema e manipular as vidas das pessoas de diversas maneiras.
Só que existe um dispositivo supostamente capaz de desativar esta IA e a correria toda neste filme que tem quase três horas é em torno de recuperar o dispositivo. É certamente a trama mais ambiciosa da franquia, tanto que este filme é intitulado Parte Um. Isso mesmo, vamos ter que esperar a Parte Dois para ver onde isto vai dar.
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Tom Cruise e Christopher McQuarrie, uma parceria que rendeu muitos filmes e muita grana. |
Contando com diretores como Brian De Palma, John Woo e J. J. Abrams, toda a franquia teve a participação de Tom Cruise não apenas como ator protagonista, mas também como produtor. É a série xodó dele, em que ele com certeza pretende continuar participando enquanto tiver vida e saúde.
A média de faturamento dos filmes sempre esteve entre 400 e 500 milhões de dólares, todavia um mais recente, Mission: Impossible - Fallout, de 2018, chegou a faturar 790 milhões, mostrando que esta franquia está mais viva do que nunca.
Em todos os filmes da série, existe uma marca peculiar, uma assinatura para o método dos espiões que é o uso de máscaras que simulam perfeitamente um rosto humano. É um recurso usado exaustivamente desde o primeiro longa de 1996. Outra assinatura é do próprio Tom Cruise, algo que virou sua marca nos filmes de ação: a corrida.
Apreciemos então, algumas cenas de Tom Cruise correndo:
Palavras-chave:
Bad Robot, Brad Bird, Brian De Palma, Christopher McQuarrie, Cruise/Wagner Productions, Emmanuelle Béart, Hayley Atwell, Henry Cavill, J.J. Abrams, John Woo, Paramount, Pom Klementieff, Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Skydance, TC Productions, Thandie Newton, Tom Cruise, Vanessa Kirby, Ving Rhames
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