Na minha infância nos anos 90, antes mesmo de existirem lan houses aqui no Brasil, havia as locadoras de video game. Era a época da batalha épica entre Super Nintendo e Mega Drive e, mesmo que a maioria dos brasileiros, inclusive eu, não tinha condição de ter um destes consoles, podíamos jogar nas famosas locadoras.
Eis que estes dias, graças à aclamada série do Pinguim, acabei desbloqueando uma breve lembrança daqueles tempos. Depois da aula, fui em uma locadora perto da escola e estava jogando o beat'em up Batman (1990) no Mega Drive, um jogo inspirado no filme do Batman do Tim Burton, lançado em 1989.
Tinha uma galera lá na locadora e por acaso começaram a comentar qual vilão do Batman eles seriam. Um deles disse que seria o Coringa, outro seria o Charada. Aproveitei a deixa e falei que seria o Pinguim, e os caras começaram a rir da minha escolha.
Pois é, eu era um nerd, nerd no sentido dos velhos tempos mesmo, um garoto caseiro, esquisito, sem traquejo social, dado à introversão, leitura e interesses por assuntos que nenhum dos cool kids se interessam. Nesta brincadeira de escolher um personagem, eu nem mesmo me dei conta de que o Pinguim não era um personagem maneiro, não era alguém que uma criança maneira escolheria.
Esta breve e boba lembrança ilustra bem algo que me dei conta após a série do Pinguim: o Pinguim nunca foi levado a sério. Aquela versão do Tim Burton/ Danny DeVito era meio grotesca e podia até assustar crianças, mas no fim das contas não era um personagem maneiro, não era badass nem algo que uma criança escolheria numa brincadeira de se tornar um vilão. O Pinguim era motivo de chacota, quase como o Aquaman.
Logo, esta nova versão do Matt Reeves/ Colin Farrell é sem dúvidas a redenção do Pinguim, ou melhor, uma ascensão. Este novo Pinguim é levado a sério, é odiado como um verdadeiro vilão e um gangster barra pesada.
(14,11,2024)
Palavras-chave:
Colin Farrell, Danny DeVito, DC Comics, Matt Reeves, Tim Burton
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