Há alguns anos venho usando o Intel i5-10400F. Posso dizer que é um processador excelente em termos de custo-benefício para um PC gamer "de entrada". Para desempenho em jogos pesados, é uma CPU modesta e com a vantagem da economia de energia, já que tem um consumo de 65 W. Por este motivo nem necessita de um resfriamento potente. Eu uso aquele coolerzinho básico que vem na caixa do chip.
Ok, quando estou jogando o New World, o uso da CPU vai às alturas e este cooler fica gritando, se esforçando pra resfriar a peça. A temperatura máxima chega a bater 92°. Pois é, estou vivendo no limite. Bom, estava, pois chegou a hora do upgrade.
New World é um jogo mal otimizado. Com um i5-10400F e uma RTX 2060 Super, até dá pra rodar com os gráficos no alto ou mesmo no ultra, mas aí é pedir pra ficar com 15-20 FPS, então costumo jogar no mínimo ou no médio, quando consigo ter 60 FPS, mas variando dependendo do número de players no local. No centro da cidade chega a 45 e em rotas com muita gente junta em um só local chega até a 25. De toda forma, tá dando pra jogar. Sempre fui acostumado a jogar com menos de 60 FPS.
Neste caso, o problema não é a GPU, pois a 2060 S é uma placa decente. Chegou a hora de atualizar a CPU e optei pelo i5-12600K. Eis algumas diferenças.
O 10400F tem 6 núcleos e 12 threads, com frequência base de 2.90 GHz e turbo de 4.30 GHz. O 12600K tem 10 núcleos e 16 threads, com frequência base de 3.7 GHz e turbo de 4.9 GHz. O cache é respectivamente 12 e 20.
Além de toda esta diferença na velocidade, existe a importante questão do suporte a peças melhores. A 10400F aceita memórias RAM DDR4 de até 2666 MHz de velocidade, enquanto o 12600K aceita DDR4 de até 3200 MHz e DDR5 de até 4800 MHz. Isto garante uma boa vida útil para a CPU, pois eu continuo usando DDR4, mas futuramente posso fazer um upgrade para DDR5, o que trará uma bela de uma melhoria. Para games a DDR4 ainda é suficiente e convenhamos que memórias DDR5 ainda são caras (bem como as placas-mãe com suporte), mas em alguns anos vão baratear e quem sabe eu possa fazer um upgrade a baixo custo, mantendo a CPU. Enfim, é bom saber que a 12600K oferece essa possibilidade.
Também é importante o suporte ao PCI Express que na 10400F vai até 3.0 e na 12600K vai para 4.0 e 5.0. Inclusive uso um NVMe que é PCIe 4.0, com velocidade de 3000 MB/s, mas esta velocidade é bastante reduzida porque minha placa-mãe e a CPU só suportam 3.0. Mesmo sendo 4.0, o SSD roda numa build 3.0, mas com menor desempenho. Logo, com o upgrade para a CPU nova, automaticamente vou ganhar uma melhoria também no SSD que já tenho e que está com as mãos atadas pelas limitações do PCIe.
Bom notar que os soquetes destas CPUs são diferentes. LGA 1200 para a 10400F e LGA 1700 para a 12600K. Isto inclui uma diferença de formato. O LGA 1200 é quadrado, enquanto o 1700 é retangular. Deste modo, é preciso prestar atenção na compatibilidade do cooler, pois a área de contato deve ter o formato adequado.
A diferença de desempenho também tem um custo energético. Enquanto o antigo chip consome 65 W, o novo fica na faixa de 125 W e obviamente também aquece mais. Pela primeira vez comprei um cooler à parte do processador. Em todos os meus 20 anos usando PC (sendo que comprei meu primeiro PC há 15 anos), sempre usei o cooler básico que costuma vir na caixa da CPU ou já montado na placa-mãe.
O 12600K nem mesmo vem com cooler na caixa, justamente porque ele exige um ventilador maior e mais potente. Optei por um cooler modesto da Pcyes Lorx, mas que tem um radiador bem maior que os coolers genéricos e o ventilador não fica voltado pra cima da CPU, mas para o radiador em si, o que deve otimizar a dissipação de calor.
O fato do 12600K consumir mais energia não significa que ele sempre está rodando a 125 W, mas apenas que o seu teto máximo de consumo é maior que o do 10400K. Normalmente, com o PC em baixa atividade ou apenas usando o navegador, rodando um vídeo, etc, o consumo pode ficar na faixa de 10-20 W e a temperatura entre 20 e 40 graus. Quando roda algo mais pesado como um jogo, aí é que a CPU passa a trabalhar forte e demandar mais energia e gerar mais calor, chegando a uns 70-80 graus, dependendo da otimização do jogo.
(22,12,2023)
Bom, confesso que minha escolha do cooler na época foi um tanto temerária. O Pcyes Lorx tem um TDP de 95 W, enquanto o TDP do 12600K é de 125 W. Obviamente esta é a geração de calor do processador apenas em momentos de máximo uso, então achei que não haveria problema, já que o TDP do cooler dava conta da temperatura rotineira.
E de fato esse coolerzinho guerreiro aguentou por quase dois anos, mas agora em 2025 comecei a notar a CPU ardendo a 80-90 graus quando eu rodava jogos como Cyberpunk 2077 e chegava até mesmo a 95-99 graus quando fazia um benchmark ou o jogo estava em um pico de atividade. Aí vi que era hora de me preocupar.
A princípio troquei a pasta térmica, mas não fez muita diferença. Então notei que na BIOS o cooler estava configurado para o modo silencioso, o que fazia ele rodar bem abaixo da capacidade. Quem diria que a CPU sobreviveu por um ano e meio com essa ventilação fraca. Mudei para o modo normal e deu uma melhorada na temperatura. Mesmo assim continuava chegando aos 80 graus com frequência.
Então finalmente resolvi trocar o cooler, agora adotando o Pcyes Frost Pulse. Este tem um TDP de 180 W e também um fluxo de ar mais eficiente de 60 CFM, enquanto o outro tem 37 CFM. A estrutura do dissipador de calor é maior, bem como a ventoinha. Enfim, foi um bom upgrade e com custo-benefício, já que não se trata de um cooler top de linha, mas agora sim ele dá conta da necessidade de refrigeração do processador.
Enquanto no Lorx é preciso instalar uma base de plástico sobre o processador para então fixar o cooler, no Frost Pulse esta base deve ser instalada nas costas da placa-mãe, o que dá mais trabalho, já que precisei desmontar toda a placa, removendo memória, GPU, desparafusando do gabinete, desplugando todos os cabos, para enfim conseguir fixar a base na parte de trás. Foi uma trabalheira que valeu a pena pelo menos.
Esse cooler vem com uma seringa de pasta térmica que só contém a quantidade exata para um uso. Ou seja, não é algo para se guardar para futuras renovações. Tive de espremer a seringa inteira sobre a CPU. Ela é bem mais viscosa que a outra que eu usava e creio que de melhor qualidade.
Enfim, a qualidade do upgrade se mostrou de cara. Agora minha CPU está fazendo uma média de 35-40 graus em seu uso cotidiano e em atividades intensas, especialmente durante jogos de peso, chega a 60-65. Me perdoe, CPU, por tê-la castigado durante mais de um ano por puro desleixo. Agora sim você tem a ventilação que merece.
(24,08,2025)
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