Neollogia
Cogitações e quejandas quimeras 🧙‍♂️
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Minha historinha com o Kindle

Kindle Paperwhite 5a geração

Meu primeiro Kindle foi um Paperwhite de 5a ou 6a geração, lá por volta de 2013-2014. Usei por alguns meses, mas um dia quando entrei num taxi eu esqueci o aparelho no bolso da calça e, quando sentei, quebrei o coitado.

Eu devia ter guardado o bichinho, só pela recordação, mas desde criança eu sempre gostei de desmontar brinquedos e aparelhos para ver como era dentro, então foi o que fiz com o finado Kindle. É um hardware bem elegante, mais simples e leve que um celular ou tablet e o mais curioso é a tela com a tecnologia e-ink. É interessante que, ao riscar a tela com a unha, formam-se linhas negras, algo parecido com aqueles quadros mágicos de brinquedo.

Então comprei um Paperwhite de 7a geração e claro que passei a ter o cuidado de nunca sentar com ele no bolso da calça. E pensar que já estou com ele há dez anos. Levei para toda parte, para ficar lendo no ônibus, na fila do caixa, etc. Até hoje continua funcionando muito bem. 

Um importante diferencial é que aquele primeiro que tive não possuía luz embutida, enquanto o da 7a geração já veio com este led ajustável que é ótimo para se ler antes de dormir no escuro do quarto. Mais ainda, às vezes quando faltava energia eu usava esse Kindle como lanterna, quando estava mais perto que um celular ou uma lanterna propriamente dita.

Outra grande mudança é que antes o Kindle tinha botões físicos e era realmente bem trabalhoso digitar e fazer notas. Já na 7a geração passou a ter a tela touch, acabando com a necessidade de botões. Curiosamente, em 2016 a Amazon resolveu trazer de volta uma versão com botões, o Kindle Oasis, mas acabou descontinuando alguns anos depois.

Tenho impressão que a bateria já não dura tanto quanto antes, mas ainda dura bastante. Creio que leva um mês até que eu precise recarregar.

Kindle 10a geração

Eis que em 2020 me deparei com um novo Kindle de 10a geração e agora com a opção de cor branca. Não resisti à tentação e à promoção de Black Friday e comprei. Ele é um pouco mais leve que a 7a geração e até o plástico parece mais agradável ao toque. 

Um grande diferencial em termos de tecnologia é que a 10a geração já possui bluetooth, de modo que é possível ouvir audiolivros usando fones de ouvido via bluetooth (não possui entrada física para o fone). De toda forma é um recurso que não uso. A iluminação também é mais potente, mas gosto de usar no nível 6 ou 7 (o nível máximo de luz é 24).

Comprei este segundo aparelho pelo fetiche mesmo, mas é bom que agora eu uso o antigo quando saio de casa e o novo em casa. Bom, já nem é tão novo, pois tem 5 anos, mas continua funcionando perfeitamente.

Estes dias dei uma olhada no firmware. Se tem uma coisa que me dá um prazerzinho geek é atualizar o firmware. Dá uma sensação de vida nova ao aparelho e também é uma forma de notar o nível de cuidado que uma empresa tem por seus produtos, pois o firmware é algo que poucos usuários observam e, mesmo não sendo um detalhe muito notado pelos consumidores, a empresa que preza pela qualidade faz questão de manter updates. 

O de 7a geração parece que já venceu o suporte, pois o último updade foi a versão 5.16.2.1.1 de junho de 2023. Foi um longo suporte, convenhamos, de praticamente uma década. Já o de 10a geração acabou de lançar a versão 5.18.1 agora em março de 2025. Esse update ainda não havia baixado automaticamente. 

Já notei que o Kindle leva algum tempo até buscar um update novo e nas configurações não tem como induzir o aparelho a atualizar, só que é possível fazer isso manualmente e foi o que fiz. Na página de help da Amazon tem toda a lista de updates das versões¹, então baixei o arquivo e basta conectar o Kindle ao PC e carregar o arquivo no diretório principal. Depois nas configurações do aparelho passa a ficar disponível uma opção de atualizar.

O sistema operacional do Kindle, chamado Kindle Software, é uma versão bem limpa do Linux, bem leve e prática. Dá para ver seus arquivos e pastas por meio do explorador de arquivos do PC.

Kindle 11a geração

Atualmente o Kindle está na 11a geração e o Paperwhite na 12a. Enquanto o Paperwhite continua apenas com a cor preta, o Kindle tem as opções preta e verde. Pois é, agora tem uma versão verdinha que é uma tentação para mim. Confesso que eu compraria só pra colecionar, mas é melhor eu me segurar.

A verdade é que a única grande novidade deste Kindle é a cor do aparelho. Já o Paperwhite mais recente se diferencia dele por ser à prova d'água, ter uma tela mais lisa e ajuste de temperatura da luz. Existe ainda uma versão mais avançada e mais cara que é o Paperwhite Signature Edition que, além das vantagens anteriores, tem um sensor adaptável de luz e carregamento sem fio. São pequenas comodidades para quem quer gastar mais, mas que, convenhamos, não fazem tanta falta assim.

Kindle Scribe

Kindle Colorsoft

E as opções não param por aí. Agora já existe um Kindle colorido, pois é! É o Kindle Colorsoft. Deve ser interessante para ler quadrinhos. Tem também o Kindle Scribe que é bem maior que os outros (e bem mais caro) e vem com uma caneta Stylus, de modo que é possível fazer anotações nos documentos e livros usando a caneta. É pra quem realmente gosta de escrever à mão, rabiscar e até fazer desenhos à mão. Deve ser interessante para estudos que exigem anotações mais detalhadas no material didático.

Já dizia Caetano Veloso: "Os livros são objetos transcendentes/ Mas podemos amá-los do amor táctil/ Que votamos aos maços de cigarro". Existe esse fetiche pelo toque, o cheiro, a aparência do livro, poder manusear, admirar a capa e fazer uma coleção numa estante. Só que o Kindle também tem a sua própria forma de fetiche, algo mais minimalista, pois, diferente do hábito de colecionar vários livros, no Kindle a graça está em ter tudo em um só objeto, uma biblioteca portátil.

Faz anos que não leio mais livros impressos. Aderi de vez ao Kindle e é um novo hábito que não deve voltar atrás, pois há muita praticidade. Posso ajustar o tamanho da fonte, a luminosidade, fazer notas, etc. 

Essa tecnologia de e-reader é algo que evolui lentamente. Se compararmos um aparelho atual com outro de dez anos, há mudanças significativas (a tela touch e com luz, o bluetooth e carregamento sem fio, etc.), mas a experiência de leitura em si é basicamente igual, mesmo porque não há muito o que mudar. Afinal um livro é um livro. A tecnologia e-ink é ótima e confortável aos olhos. 

Melhorias nos próximos anos devem envolver mais a leveza do aparelho, a velocidade de carregamento, eficiência da bateria e recursos na interface do software. Fico curioso para ver como serão as próximas versões daqui a alguns anos. Em algum momento vou acabar comprando outro.

Algumas curiosidades

A maioria dos recursos do Kindle é acessível simplesmente acessando os menus da tela e os gestos básicos de interação também são explicados em balões na primeira vez que você liga o dispositivo. Na verdade, o gesto mais essencial, que é tocar no canto da tela para passar as páginas, é algo bem intuitivo. 

Para mudar o tamanho da fonte existe a opção no menu, mas também é possível por meio do gesto de pinça, abrindo ou fechando os dois dedos sobre a tela para aumentar ou diminuir a fonte.

Kindle screenshot
Captura de tela feita no próprio Kindle.

Eu uso Kindle há dez anos e só hoje fiquei sabendo que é possível tirar screenshot. De fato existe uma pasta chamada screenshot que pode ser vista plugando o aparelho no PC, mas tive que pesquisar pra descobrir o gesto: basta tocar ao mesmo tempo em duas extremidades diagonais da tela. As prints não podem ser vistas dentro do Kindle, mas ficarão lá na pasta para serem acessadas pelo PC.

Gosto muito de fazer anotações nas leituras e sempre costumei acessar estas notas por meio do PC. No site da Amazon há uma página que guarda todas elas². Só que também é possível exportar estas notas direto para o email da sua conta na Amazon. Basta clicas no menu de notas em um livro e lá tem uma opção bem discreta para exportar. Um arquivo em PDF será enviado para o email.

Creio que é bem sabido que é possível enviar arquivos para seu Kindle. Uma forma de fazer isso é por meio do PC, colocando os arquivos (de formatos como txt, pdf ou doc) na pasta documents. Outra forma é enviando o arquivo para um email @kindle criado pela Amazon especificamente para isto. Nas configurações da conta da Amazon você pode descobrir o seu email personalizado.

(01,06,2025)

Notas:

1: Versões do firmware

2: Seu diretório de anotações na Amazon

Palavras-chave:

Amazon

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