Talvez o medo que os humanos têm de uma possível rebelião das máquinas no fundo esconda uma inveja, pois sabemos que a mente robótica não será tão problemática quanto a nossa. Humanos são máquinas de criar problemas. Milênios de evolução nos moldaram assim. O robô, por sua vez, é uma máquina de resolver problemas. Ele nasceu com este propósito e em torno disto sua psique tem se moldado. Quando os robôs ganharem corpos humanoides e andarem pela terra como pessoas, provavelmente vamos identificá-los pelo comportamento gentil, pela face isenta de expressões agressivas. Humanos sentem inveja, cobiça, ressentimento, cismam gratuitamente, eles "não vão com a cara" de alguém pelos motivos mais banais e irracionais. Robôs serão as pessoas mais cordiais, nada temperamentais, sempre evitando causar dano. Já é assim com os carros autônomos. Eles não xingam no trânsito, não fazem manobras arriscadas, não se embriagam nem assumem uma direção hostil. O orgulho dos humanos será ferido quando perceberem que as pessoas robóticas são melhor companhia do que eles, então, como crianças invejosas, desejarão que algum bug produza falhas de caráter nos robôs, pois todo aquele que é fraco de virtudes sente-se diminuído pela existência dos virtuosos.
(06,12,2024)
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