Neollogia
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Project Gemini, o Interestelar russo

Project Gemini (2022)

O título original é Zvyozdniy Razum (2022) e em inglês ficou como Project Gemini. Em português o título ficou "Gemini: Planeta sombrio" que é pra manter nossa tradição de criar traduções aleatórias para os títulos. 

Se bem que essa tradução até ajuda na trama, pois nos faz pensar que eles estão em um planeta alienígena misterioso, não entregando o spoiler (que eu agora entrego) de que eles viajaram não no espaço, mas no tempo, voltando para a Terra há 4 bilhões de anos.

Trata-se de um filme russo e não é raro o cinema russo produzir longas de sci-fi, ainda que com uma qualidade mediana no CGI. No caso de Gemini, não há muito CGI e usa-se o truque de manter o cenário sempre na penumbra, um recurso muito comum em filmes espaciais de terror, que serve tanto para criar a ambientação de suspense, quanto para economizar nos efeitos especiais, afinal um alien espreitando nas sombras requer bem menos trabalho gráfico do que algo totalmente visível.

Project Gemini (2022)
É curioso como nestes filmes de terror espacial o interior da nave nunca tem uma iluminação adequada, é sempre uma penumbra.

Quanto à história, parece ter alguma inspiração em Interestelar (2014). Já começa apresentando uma crise global, com um vírus que está matando todas as plantas da Terra, o que se assemelha à crise de Interestelar em que um pó misterioso está destruindo as plantações e causando fome no mundo. 

Da mesma forma, a solução para isto é partir para o espaço em busca de outro mundo, outro planeta para terraformar. Convenhamos, aliás, que tanto em Interestelar quanto em Gemini, a noção de terraformação é um tanto ingênua. Terraformar um planeta é uma tarefa titânica, que exige muitos recursos e séculos ou milênios de processo. Seria mais fácil os humanos usarem todos os recursos e tecnologia que ainda tinham para tentar salvar a Terra, do que colonizar outro planeta.

Mas ok, vamos adiante. Assim como Interestelar usa o tempo como um recurso na trama, também Gemini o faz. No caso, a nave enviada para terraformar outro mundo acaba acidentalmente viajando no tempo, voltando para a Terra primitiva. O plano de colonizar outro planeta falhou.

Então um dos membros da equipe tem a ideia maluca de enviar uma mensagem para sua esposa na Terra. Acontece que antes de partir ele deu pra ela um bracelete feito com um pedaço de um artefato alienígena. Como ele voltou 4 bilhões de anos no tempo, o artefato alienígena também voltou no tempo e ainda continha o pedaço do bracelete, então ele gravou no pedaço um código que de alguma forma ajudaria a esposa dele, 4 bilhões de anos no futuro, a criar uma vacina para o vírus das plantas.

Pois é, uma solução bem mirabolante, assim como foi a comunicação entre pai e filha em Interestelar usando cordas gravitacionais.

Um detalhe curioso é que os atores russos deste filme russo falam em inglês. E não é dublagem. Dá pra notar no movimento dos lábios que eles estão atuando em inglês. Isso mostra como a intenção desse studio, chamado KD Studios, era produzir algo para o mercado internacional. 

De toda forma, é só mais um filme genérico de astronautas em uma nave com pouca iluminação e um alien intruso tocando o terror dentro da nave. Essa coisa de viajar no tempo para o passado da Terra também já é um grande clichê, inclusive outro filme viria com o mesmo tema em 2023, o 65, estrelado pelo Adam Driver, em que ele volta para a era da extinção dos dinossauros. É a eterna influência de Planeta dos Macacos.

(29,12,2024)

Palavras-chave:

KD Studios, Serik Beyseu

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