Neollogia
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O venomverso da Sony

Venom (2018)

É curioso que a falência da Marvel nos anos 90 foi de certa forma a responsável pelo boom dos filmes de super-heróis, se tornando o gênero mais lucrativo do cinema.

Falida, a Marvel teve que vender os direitos de utilização de seus personagens para alguns studios e foi assim que começou a era dos blockbusters da Marvel. Primeiro com a Fox, que comprou os X-Men, depois com a Sony, que comprou o Homem-Aranha. Foi a franquia mais lucrativa da história da Sony.

Ao longo de duas décadas, a Sony lançou oito filmes do Aranha: três com o Tobey Maguire (2002-2007), dois com o Andrew Garfield (2012-2014) e três com o Tom Holland (2017-2021), sem contar as participações extras do Aranha do Tom Holland em Guerra Civil (2016) e Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Endgame (2019). 

Vendo o sucesso do MCU, a Sony passou a cogitar ir além do Homem-Aranha e desenvolver um Aranhaverso. Houve tempo em que até saíram notícias de um projeto para um filme solo da Tia May. Esse era o nível de empolgação do studio em expandir os filmes aproveitando outros personagens.

Marvel Super Heroes Secret Wars 8

The Amazing Spiderman 300

Bom, o primeiro projeto a sair realmente do papel foi o Venom. Nos quadrinhos Venom teve uma proto-origem na mega saga Guerras Secretas, quando o Homem-Aranha passou a usar um uniforme preto. Na verdade, este ainda não era o Venom, mas o conceito do uniforme preto seguiu evoluindo pelos anos 80-90 até de fato se tornar um ser à parte do Homem-Aranha, um simbionte alienígena.

Os três principais envolvidos na criação do Venom, portanto, são Todd McFarlane, David Michelinie e Mike Zeck, mas até hoje este assunto é discutido. O fato é que nos quadrinhos o Venom surgiu como um vilão e grande antagonista do Homem-Aranha, principalmente ao possuir o jornalista Eddie Brock, que era rival do Peter Parker no trabalho.

Spider-Man 3 (2007)

No cinema, o uniforme preto ganhou seu primeiro fan service em Spider-Man 3 (2007). Ok, o filme é considerado o pior da trilogia, mas temos o uniforme preto e até mesmo o Venom, quando enfim o Peter Parker luta contra o simbionte para se livrar se sua influência maligna. O fan service foi feito.

Uma década depois, a Sony finalmente lançou um filme solo do Venom, mas optou por mantê-lo bem desligado do Aranha. Também ele não é retratado como vilão, mas como um herói casual e que eventualmente comete atrocidades, como devorar a cabeça de bandidos.

Venom (2018)

O filme tem uma proposta cômica, com humor negro, mas sem ser tão ousado quanto um Deadpool. Basicamente ele faz piadas sobre devorar pessoas. Já no primeiro Venom (2018), encarnado pelo Tom Hardy, há o começo do que parece ser um venomverso, pois o antagonista é o simbionte Riot.

Venom: Let There Be Carnage (2021)

Em Venom: Let There Be Carnage (2021) o venomverso segue expandindo, agora com o vilão Carnage (Carnificina), com direito também à sua parceira dos quadrinhos Shriek (não confundir com Shrek).

Marvel symbionts

Em termos de bilheteria, a franquia Venom começou bem e encheu os bolsos dos empresários da Sony. O primeiro filme arrecadou 852 milhões de dólares e o segundo 506 milhões, já o terceiro e último arrecadou 476 milhões, mostrando o desgaste da franquia.

A verdade é que a franquia não tem lá muita qualidade. O humor é morno e a história é desinteressante. Visualmente, o Venom e os outros simbiontes têm uma aparência fiel aos quadrinhos, mesmo porque não é difícil nos dias de hoje criar criaturas gosmentas em CGI. 

Seguindo esta linha de desenvolver um universo cinematográfico não focado no Homem-Aranha, lançaram também o Morbius (2022), outro vilão tradicional do Aranha nos quadrinhos e que no cinema se tornou um herói. Morbius conseguiu ser ainda pior que os filmes do Venom. Então veio o filme da Madame Teia (2024) e conseguiu ser tão ruim ou pior que Morbius. 

Venom: The Last Dance (2024)

Enfim parece que a Sony reconheceu todas as tentativas fracassadas e deve encerrar esse venomverso, pois o terceiro filme, Venom: The Last Dance (2024) é literalmente a despedida do simbionte, que se sacrifica para destruir os caçadores alienígenas enviados por Knull, o poderoso deus criador dos simbiontes que no filme é apenas uma ameaça distante e impotente, pois ele está aprisionado. Pelo menos houve algum fan service, pois toda a variedade de simbiontes aparece no filme, embora apenas no clímax da batalha final.

Venom 3 encerra a franquia e esse malsucedido venomverso, mas ainda há um filme agendado, o último tiro da Sony nessa direção, Kraven, o Caçador (2024), que deve vir como o último prego no caixão no venomverso.

Tom Hardy and Stan Lee in Venom (2018)

(28,04,2022; 22,01,2025)

Palavras-chave:

Andrew Garfield, Andy Serkis, David Michelinie, Marvel Comics, Mike Zeck, Ruben Fleischer, Sony, Stan Lee, Tobey Maguire, Todd McFarlane, Tom Hardy, Tom Holland

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