Neollogia
Cogitações e quejandas quimeras 🧙‍♂️
.・゜゜・Omnia Mutantur ・゜゜・.

M3gan, a robô assassina que faz dancinha

M3gan (2022)

Em 2001: A Space Odyssey (1968), há mais de 50 anos, quando os computadores rodavam softwares de uns poucos kbytes numa tela preta que exibia apenas letras e números, a ficção já imaginava décadas e séculos à frente, quando os computadores evoluiriam a ponto de se tornarem praticamente consciências pensantes e superinteligentes. 

Também já se imaginava o risco desta nova forma de inteligência, pois o computador HAL 9000 acabou se voltando contra os humanos a bordo da nave Discovery. Este tema da rebelião da máquina é ainda mais antigo e já estava presente na Maria de Metropolis, lá em 1927. Acabou tornando-se um tropo bem frequente no cinema, imortalizado em filmes como Terminator (1984) e The Matrix (1999).

M3gan (2022) explora mais uma vez este conceito, só que misturando com outro também bastante popular: o boneco assassino. Bonecos assassinos costumam ter uma natureza sobrenatural, como é o caso do Chucky, da franquia Brinquedo Assassino (1988). Esse negócio de bonecos e bonecas se mexerem e começarem a falar do nada sempre teve uma aura de mal assombro, possessão demoníaca ou algo do tipo. 

Já em M3gan temos uma boneca com vida e consciência, porém sem qualquer origem sobrenatural. Ela é animada por uma IA, um computador consciente no corpo de uma boneca. O que poderia dar errado, não é mesmo?

Apesar de filmes como M3gan e séries como Black Mirror tentarem nos amedrontar sobre os perigos deste tipo de tecnologia, convenhamos que nós queremos este futuro, tirando a parte do terror. Em alguns anos, talvez mais cedo do que parece, vamos ter nossos robôs domésticos e em muitos casos a função deles nem será lavar os pratos ou varrer a casa, mas sim fazer companhia. 

Amie Donald and Violet McGraw in M3gan (2022)

A robô M3gan não fazia nenhuma tarefa doméstica. Seu papel era unicamente ser a amiga da garota Cady e a verdade é que muitas crianças adorariam ter um robô de estimação deste tipo. Nas gerações futuras isto será normal e nos leva a pensar como as relações humanas serão afetadas. 

Uma criança que cresce com a companhia de um amiguinho robô vai dispensar a companhia de outras crianças? Seremos mais reservados e antissociais? Talvez o contrário. A interação constante com um robô poderá ser útil para que a criança desenvolva habilidades sociais e de comunicação. É possível que os robôs sejam bastante saudáveis para a sociedade, já que vão ajudar as pessoas a lidar com seus sofrimentos psicológicos. 

Mas enfim, voltando a M3gan, creio que seria só mais um filme de IA rebelde e de boneco assassino, não fosse o carisma da personagem que se deve em parte a seu visual, ao mesmo tempo estranho, com um olhar intimidador, mas uma cera fofura. Créditos para os responsáveis pelo design da personagem.

Só que o grande mérito vai para a performer que encarnou a robô, a atriz neozelandesa Amie Donald. Foi ela quem deu à M3gan seu movimentos estranhos e fez uma cena que simplesmente se tornou a maior peça de marketing do filme nesta era Tiktok: a dancinha da M3gan durante uma perseguição.

É uma cena inusitada quando a robô começa a dançar para distrair a vítima que ela logo em seguida iria perseguir com uma lâmina de guilhotina de papel. Essa dancinha rapidamente viralizou e foi o suficiente para divulgar o filme nas redes sociais.

M3gan dance

A Violet McGraw também fez um bom trabalho no papel da garota Cady e vale notar que M3gan, apesar de performada por Amie Donald, teve sua voz dublada pela Jenna Davis. É um filme carregador por três atrizes juvenis. Dirigido por Gerard Johnstone, o filme teve roteiro de Akela Cooper (não é essa Cooper, é aquela Cooper - badumtss) e James Wan.

Com um modesto orçamento de 12 milhões de dólares, o filme arrecadou 181 milhões. Uma continuação já está a caminho, com M3gan 2.0 a ser lançado em 2025.

(05,12,2024)

Palavras-chave:

Akela Cooper, Amie Donald, Blumhouse, Gerard Johnstone, James Wan, Jenna Davis, Universal Pictures, Violet McGraw

Nenhum comentário:

Postar um comentário