Caatinga

Andando pela caatinga,

o sangue pinga,
os espinhos quebram ao encravar.

Sem gibão sem botas largas,
a vegetação me afaga
ao arranhar.

(26,07,1997)

Notas:

Este é um dos poemas mais antigos que tenho guardado. Quando era adolescente, escrevi muitos poemas com um estilo modernista, algumas experimentações concretistas, alguns eram apenas desabafos. Um dia eu sentei na entrada da escola e fiquei jogando as folhas literalmente ao vento. Eu simplesmente me livrei de vários de meus poemas num gesto de loucura e desapego. Curiosamente, um homem passou na calçada, apanhou uma das folhas e seguiu lendo a página. Agora tenho poucos resquícios do que escrevi naquela época.