Neollogia
Cogitações e quejandas quimeras 🧙‍♂️
.・゜゜・Omnia Mutantur ・゜゜・.

Prisão

O medo de um ébrio hálito,
hálito
daquele que solta ofensas;
daquele que diz o que pensa
e o que tem medo fica pálido.

Ele é pequeno, é esquálido,
esquálido
como uma planta mal regada;
como um animal cuja ossada
visível ficar já tem hábito.

Mas ele sabe que um pacto
foi feito sem sua anuência,
segundo o qual dor e carência
há de enfrentar desde o parto.

E assim ele chora no quarto,
quarto
onde vivem mais sete irmãos;
onde vivem ratos e um cão.
Todos comem no mesmo prato.

E espera que um dia o ato,
ato
não de um santo a dar-lhe esmolas,
mas do mestre de uma escola,
pra vida o torne mais apto.

(18,07,2009)

Notas:

Escrevi depois de ler as quatro primeiras estrofes de Lua Nova Demais, de Elisa Lucinda. Ao terminar, voltei a ler o restante do poema.

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