Se faz de tolo, mas é bicho astuto;
Só sai do canto quando der na telha.
É o músculo do esforçado matuto
Em cuja carroça vai de parelha.
Mestiço de cavalo com jumento;
Jegue seu nome, "irmão nosso" o apelido.
Cochila até de pé, pois vive atento
E num susto desimbesta fugindo.
Procura sombra debaixo das plantas;
Ao meio-dia num rinchado canta:
"Luiz, comi seu milho...e como e como..."
É tão amigo do homem do sertão
Que entendo porque é chamado de "irmão".
Talvez haja até quem chame de "humano".
(10,11,2002)
Notas:
Um poeminha obviamente inspirado no verso "o jumento é nosso irmão", de Luiz Gonzaga.
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